"ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS"

Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão. 

Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar.

Ao anoitecer, ele estava ali sozinho, mas o barco já estava a considerável distância da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra ele.

Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar.

Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: - É um fantasma! E gritaram de medo.

Mas Jesus imediatamente lhes disse: - Coragem! Sou eu. Não tenham medo!

- Senhor, disse Pedro, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas.

- Venha, respondeu ele. Mt. 14.22-29

Os discípulos haviam acabado de testemunhar um milagre “Incrível”, a Multiplicação dos pães e peixes. Além de Jesus alimentar e saciar cerca de 5 mil homens fora mulheres e crianças com apenas 5 pães e 2 peixes, e ainda tendo sido recolhidos 12 cestos cheios daquilo que sobrou, mesmo assim, os discípulos não imaginavam o que lhes aguardava.

Jesus insiste para que os seus discípulos partam de barco, pois ele queria estar sozinho na companhia do Pai, em oração. Eles partem e se distanciam, e Jesus depois de despedir a multidão, sobe o monte sozinho, afim de ter intimidade com o Pai.

Por volta das 4 horas da madrugada, Jesus vai de encontro ao barco que já estava distante da margem e que era assolado pelo vento contrário e pelo mar agitado.

“Quando o Senhor nos ordena algo, devemos obedecer-lhe sem hesitar e sem ter medo”. Poderíamos dizer que por motivo da situação estar difícil, já que o barco estava sendo assolado pelas ondas, que talvez os discípulos estivessem fora da Vontade de Deus, talvez em desobediência, já que é natural não conseguirmos conceber o estar debaixo de Sua Soberana Vontade e ainda assim, passar por medo, desespero, tristeza, dor ou incertezas.

Contudo, eles estavam naquela situação por terem obedecido à Jesus, e eles não seriam deixados à própria sorte, eles não foram abandonados, não estavam sozinhos, muito pelo contrário, Jesus foi de encontro a eles e lhes surpreendeu novamente.

Vamos tentar imaginar a cena... O mar estava muito agitado, o vento soprava contrário, as ondas castigavam o pequeno barco, estava escuro, eles se sentiam desprotegidos, e uma angústia tomava conta de seus corações. Onde será que está Jesus, ele nos enviou na frente e agora estamos aqui angustiados, passando perigo, será que se ele estivesse aqui nós estaríamos passando por isso? Será que ele se importa de naufragarmos, de nos afogarmos?

Quantas vezes diante de uma situação difícil que nos aflige e que não vemos a saída, enchemos nossa mente de questionamentos, dizendo: - Será que Deus está vendo isso? Será que Ele não se importa com meu sofrimento? Quando será que Ele vem me dar a resposta, o resgaste?

E essas incertezas geram dentro de nós dúvidas, se estamos verdadeiramente fazendo a Vontade do pai, se estamos no caminho correto. Nossa mente e alma trabalham na contramão da Fé, da certeza de que mesmo diante de situações para nós impossíveis, Ele está conosco e se importa! E o mais importante Ele vai nos resgatar.

Quando Jesus começa a se aproximar do barco, ao invés dos discípulos o reconhecerem e sentirem-se aliviados, eles se atemorizam mais ainda. Sua mente lhes prega uma peça e eles ficam aterrorizados e gritam de medo: - É um fantasma! Mt. 14.26

A que ponto podemos chegar quando tentamos discernir coisas espirituais de forma material e carnal.

Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. 1 Coríntios 2:14

O nosso primeiro conselho natural é a nossa própria mente, nossa razão e depois vem os nossos sentimentos, nossa alma. Mas as coisas de Deus devem ser discernidas pela Fé. O homem espiritual vive pela Fé em Deus, e razão alguma pode explicar aquilo que Deus pode fazer em nós ou através de nós.

E Jesus lhes exorta dizendo: - Coragem! Sou eu. Não tenham medo! Mt.14.27

Jesus está falando a nossa mente e coração, “Coragem” “Não tenha medo!” Eu estou aqui! Você não está só, eu não te desamparei e nunca vou fazê-lo...

Todos os doze discípulos estavam no barco, mas somente um decide experimentar desse sobrenatural, Pedro.

 - Senhor, disse Pedro, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas. Mt. 14.28

Pedro quer checar a revelação que lhe está sendo apresentada, ele quer provar, experimentar daquilo que lhe está sendo revelado. Pedro atende ao chamado da Fé. – Senhor, se és tu, eu creio, faça em mim o teu sobrenatural.

Nós sempre temos acesso a Palavra de Deus, sabemos que Ele pode fazer tudo muito mais abundantemente além, mas preferimos não nos arriscar. Não aceitamos o convite de andarmos pela Fé.

Dentre os doze, Pedro decidiu arriscar, dentro de si ele disse: - Eu quero! Ainda que eu não entenda com a minha mente, ainda que a ciência não explique, eu quero Senhor por que eu creio em Ti.

E Jesus responde: - Venha! Mt. 14.29a

Esse convite ainda está a nossa disposição. Ele nos chama a uma vida abundante, a uma vida onde só há uma certeza, o Sobrenatural.

Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mt. 14.29b

Pedro saiu do barco, ele saiu da zona de segurança aparente, do lugar de conforto, do lugar onde a ciência garante, dá suporte, ele saiu dali e foi ao encontro de Jesus através do sobrenatural, através da Fé.

Não há como seguir a Jesus e fazer a Vontade do Pai pela ciência, pela razão, pela emoção, pois o meu justo viverá da Fé. Hb. 10.38 a

Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”

Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”

Quando entraram no barco, o vento cessou. Então os que estavam no barco o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”. Mt. 14.30-33

Todos nós que estamos na caminhada na direção de Cristo Jesus, andando por fé, atendendo o sobrenatural de Deus, cumprimos essas ordenanças em nossa falível carne, em nossa mente carnal, sendo influenciados por nosso acervo de sentimentos. E todos esses agentes trabalham contra a Fé, o sobrenatural de Deus em nós. 

E dizemos: - Mas não é possível, o médico disse... – Não vai dar certo os economistas já calcularam... – Não pode ser feito, ninguém nunca conseguiu...

O nosso acervo material de justificativas, baseadas em nossas experiências em tudo que nos cerca e diz com letras garrafais: - NÃO VAI DAR CERTO! NÃO É POSSIVEL!

Apesar de Pedro ter atendido ao chamado da Fé e foi sobrenaturalmente na direção de Jesus, em dado momento sua mente o traz de volta a uma realidade natural... quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar... Mt. 14.30a

Pedro reparou no vento... deu atenção a questões naturais, olhou de forma humana e limitada para aquilo que estava acontecendo e ficou com medo.

Interessante o vento não poder ser visto e foi justamente aquilo que fez Pedro duvidar da palavra, do convite de Jesus, Venha!

Quantas vezes somos intimidados por motivos invisíveis, por coisas não palpáveis, mas que exercem grande influência em nossa permanência na Vontade de Deus, nessa caminhada que é pela fé. 

O medo de não conseguir, de não ser aceito, de não ser aprovado, de não ser amado, perdoado, de ser acusado, de ser reprimido, de ser rejeitado e tantos outros medos invisíveis que nos paralisam e nos impedem de experimentar do Sobrenatural de Deus.

Quando Pedro tirou os olhos, a mente e coração de Jesus e deu atenção ao vento, a opinião dos outros, as circunstâncias desfavoráveis, ele começou a afundar, mas reconhecendo sua miserabilidade, ele grita por socorro e Jesus imediatamente o socorre, estendendo-lhe a mão.

O nosso Senhor Jesus sempre está atento as nossas súplicas, ao nosso clamor que é gerado no íntimo do nosso coração, em reconhecimento a nossa total dependência dEle e nossa incapacidade em nós mesmos.

Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na hora da adversidade. Sl. 46.1

Jesus segura na mão de Pedro e diz: Que fé pequena você tem, por que você duvidou? Pedro, por que você não confiou em mim?

Não consigo ver Jesus dizer isso em um tom de desprezo, escárnio ou de humilhação. Jesus estava mostrando a Pedro que era necessário que sua Fé, sua confiança em nEle aumenta-se para poder segui-lo.

Nós não podemos viver afundando toda vez que nossa mente apresenta provas contra a nossa Fé em Deus. Precisamos adquirir maior intimidade com o Pai através de Sua Palavra, em oração, adoração, buscando as coisas que são do alto para que sejamos completamente guiados nessa caminhada Sobrenatural, que é de Fé em Fé. Cl. 3.1-3/ Rm. 1.17

Quando entraram no barco, o vento cessou... Mt.14.33

Jesus entra no barco e passa a tormenta, pois a pessoa de Jesus é a própria presença do Pai.

Precisamos crer em Jesus e em tudo aquilo que Ele ordenar. Jesus convida Pedro a andar sobre as águas, mesmo com o mar agitado, pois a garantia não estava no mar calmo, a garantia estava nEle mesmo.

Nós até queremos ter uma experiência sobrenatural com Deus, contanto que isso seja controlável, seguro, palpável, confortável e que as forças naturais expliquem e garantam essa segurança, mas isso não é andar por Fé.

Perceba que foi o vento, aquele agente invisível que cessou... A agitação das ondas, o mar revolto eram o resultado da ação do vento.

Se fizermos uma comparação e trocarmos o mar pelo nosso coração, nossa mente, pela nossa vida e já dissemos que o vento é a ação invisível daquilo que sequestra nossa confiança em Deus, o óbvio aparece, uma vida atormentada, agitada, perigosa e inconstante.  Mas como foi naquele dia, hoje também Jesus está acima de tudo isso, por que Ele é Senhor sobre tudo e sobre todos. Col.1.15-17.

Então os que estavam no barco o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”. Mt.14.33

Quando o Senhor toma o Seu lugar de honra e de autoridade na nossa vida, toda a tormenta, todo engano todo caos cessa e só nos resta adorá-lo, pois só Ele é digno de Louvor.

Ali naquele momento, os discípulos tiveram seus olhos abertos e viram o Filho de Deus.

O Filho de Deus é revelado em nossos corações quando verdadeiramente Ele toma o Seu lugar de Honra e de Autoridade que não pode ser dividido com mais ninguém.

Enquanto estivermos governando nossas próprias vidas, nos enganando, achando que decidimos algo, esse governo na verdade é de satanás, agindo assim, não conheceremos o Filho de Deus.

O convite está aberto: - Venha!

Por Flávia Bodruk – discípula de Jesus/ Igreja em Quatro Barras

22.09.16